quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Curiosidades desconhecidas...ou quase

                Sociedade: O que você esconde de nós?

Há anos vivemos num mundo onde muitas coisas nos são omitidas,seja por razões politicas,financeiras,falta de cuidados em informar,desconhecidas e outros,veremos um pouco disso agora.

    Sabendo bem de muitos fatos históricos,golpes,traições e outros,nos interessamos em pesquisar sobre as coisas que até hoje não sabemos,decidimos então enumerar em 5 coisas de forma abrangente.


01-Falta de Informação

       Falta de informação? Não é meio injusto colocar logo isso? Algo tão comum,que sabemos que existe? Não,não é!
      Por que ela existe?Muitas vezes os governos preferem não informar seu povo do que acontece,muitas vezes para não causar pânico total,as vezes é para se livrarem de grandes movimentos produzidos por intelectuais,e na maioria,a simples falta da lembrança de nos passar certas coisas.
      A falta de informação da população no Brasil e em muitos outros países é bastante grandiosa,não só em coisas grandes como democracia e assuntos de gestão publica nacionais,coisas simples. Um exemplo? Bem...quem nunca ultilizou um Band-aid na vida? Seria uma pena se...por toda a sua vida você tivesse utilizado de maneira incorreta.Veja:
     Viu só? Algo tão simples realmente foi passado em branco,mas e agora? Ainda vão usar um Band-Aid da mesma forma? Kkkkkkk :p


02- A bomba atomica dos militares


       Muitos desconhecem,mas aqui no Brasil já houveram tentativas de feitio de bombas atômicas pra realmente ter grandioso poder militar,vamos falar de algumas tentativas:      
      Em 1990,o presidente Fernando Collor,quando num poço de 320 m na serra do Cachimbo,experiencias lá foram feitas para a fabricação de uma bomba atômica e ogivas para mísseis nucleares.
      Sobretudo,na prática,a partir da década seguinte,o governo manteve dois programas: com fins pacíficos,e o paralelo sigiloso.Nessa época o Iraque foi uma importante peça,que sobreviveu ao fim da ditadura.

03-Secret


       Aqui no Brasil várias coisas muitas vezes não são levadas a sério,e acabam descendo pro nível da vulgarização e da ofensiva
       Recentemente fora lançado um aplicativo no qual ele consiste em você expor e receber segredos seus segredos e de outras pessoas de modo anônimo,e em troca elas lhe ajudariam,confortariam,e etc...
       Porém,aqui no Brasil,infelizmente esse aplicativo foi completamente devastado em seus propósitos,as pessoas rapidamente iniciaram o seu uso de uma maneira totalmente incorreta,gerando então a ''Quase certa'' criação de uma lei que irá proibir o uso deste aplicativo,pois 97,8% dos usúarios BRASILEIROS que utilizaram deste aplicativo,ou cometeu suicidio ou só faz correntes de orkut e.e 

04-O Brasil é um país com cultura reconhecida!!!

      Nah,eu sei da cultura do meu país,eu sei do que sou. MENTIRAAAAAAAAAAAAAAA!!!Não,o Brasil é um país muito rico na sua cultura,mas muitos brasileiros infelizmente não sabem disso.
      Existem casos de brasileiros que mesmo mestrados,desconhecem o nivel de cultura presente em nosso país,recentemente,houve um caso de um professor colocar em uma prova de filosofia a seguinte pergunta:

-Segundo a pensadora Valesca Popozuda,bateu de frente
a) é só tiro porrada e bomba
b) é só beijinho no ombro
c)é recalque
d)é vida longa
     
      Este foi um exemplo incrivelmente devastador,pois o tipo de ''arte'' apresentada na forma de musica composta e representada por essa artista vulgariza muitas vezes a imagem da mulher,o que já torna uma falha ser vista como ''arte'' pra uma questão de prova.
      Mas,além disso,um dos problemas maiores é: Outros países reconhecem e admiram nossa cultura,mas nós não
     Um grande exemplo é dado pelo Japão,o país que foi declarado mundialmente o país que mais mantém seus costumes e sua cultura sempre viva,ele reconhece muito de nossa cultura,tanto que em vários casos,para poder agradecer e interpretar da forma deles uma cultura tão rica.
    Representaremos isso através da música:
Tsubasa Imamura-Pais e Filhos

    Hatsune Miku e Vocaloids- Paranauê
E esses são dois dos MILHARES de exemplos que o Brasil foi representado,não só pelo Japão,mas por outros países,simplesmente por sua cultura original,não por algo vulgarizado.


05- Eu? Obeso?

      Sim você mesmo.Nos dias de hoje as pessoas tem tido cada menos tempo,em consequencia,muitas coisas do nosso tempo no dia-a-dia tem sido cortadas o tempo.Uma delas foi a hora da refeição,hoje em dia,os Fast-Foods são fortemente frequentados por pessoas que precisam apressar sua vida,de tamanho sucesso que fora estes Fast-Foods,eles viraram simbolos da ''moda'' deixando de lado aquela feijoada,o baião de dois,e essas delícias diversas.Logo,muitas pessoas acabam se alimentando de forma não muito saldavel e isso acaba prejudicando na saúde,seja diminuindo os sentidos,aumentando os batimentos cardíacos,ou,principalmente,influenciando no peso das pessoas.
      Logo,alguns meios foram criados para diminuir o índice de obesidade no mundo,porém,a maioria não fora de muita influencia,todavia,houveram diversas formas indiretas.A favorita até agora foi de um jogo chamado ''Just Dance''. Ele é um jogo,não só criado pra tirar os niveis de obesidade do topo,mas também para atrair o público fã de música e danças. Veja a seguir:
     

06-#Medo O.O

           Quem nunca nessa vida sentiu medo?O medo(ou fobia) é uma defesa do organismo.É quando o seu organismo te prepara para situações de perigo,então,quando você sente que vai acontecer algo ou que está acontecendo algo,você sente medo,isso é o seu organismo liberando hormônios dentro do seu corpo tornando-o assim apto para fugir ou lutar.
           Existem inúmeros tipos de medo,veja a seguir os mais....estranhos...
Ambulofobia: Medo de Andar.
Ablutofobia: Medo de tomar banho,lavar roupas,ou se submeter a qualquer ato que esteja relacionado a Limpeza.
Afobia: Medo da falta de Fobias.
Agirofobia: Medo de atravessar a rua.
Autofobia: Medo de si mesmo,ou da solidão.
Catisofobia: Medo de sentar-se.
Cronomentrofobia: Medo de relógios
Motefobia: Medo de borboletas.
Sofofobia: Medo de aprender.
Tetrafobia: Medo do numero 4.


07- Síndrome Jeff the Killer
           
                     
              Tá vendo este homem lindo e simpático da foto? É o Jeff the Killer,ele ficou conhecido como um assassino em série,mesmo sendo muito jovem pra sua idade,mas o que é a síndrome Jeff the Killer?
             A síndrome Jeff the killer,é popularmente conhecida assim,mas ela possui vários nomes e referências,tanto que se for fazer buscas simples pela internet você poderá ver isso como assassinato ou gênero parecido.Esta síndrome ela ''trata'' sobre as pessoas que querem matar outras pessoas. Como assim? Bem,digamos que vocês estão de boas na net quando alguém faz algo que te irrita muito,daí você mata essa pessoa,pois é,tipo isso.
            Esta síndrome ela é muito mais comum em pessoas mais jovens que estão a base de drogas,ou que estejam em um relacionamento e sejam excepcionalmente ciumenta a ponto de matar pra conseguir êxito em seus desejos.


08-The Walking Dead da vida real
             


                A série The Walking dead é uma série que numa avaliação rápida gira em torno de um apocalipse zumbi,só que o inesperado é que a terra já vivenciou algo parecido com um apocalipse zumbi.
               Em 6 de agosto de 1945 os EUA lançaram uma bomba atômica (nomeada de Little Boy,por ser apenas um protótipo) na cidade de Hiroshima,no Japão.Eram os estágios finais da Segunda Guerra Mundial.Esta explosão num raio de até aproximadamente 5 km de seu centro pulverizou qualquer ser humano dentro desse raio em 7 a 10 segundos.Entretanto,a área ao redor recebeu fortes radiações,e as pessoas que estavam além desse raio ficaram com suas peles queimadas e rostos irreconhecíveis.Nas horas e até dias sem apoio médico,as pessoas que sofreram radiações muitas foram recorrer a rios e lá se jogavam para amenizar sua dor.
               Entretanto,o fato curioso é: as pessoas andavam com as feições danificadas,gemidos por conta de sua dor,e os braços estendidos dando uma aparência assustadoramente igual a de Zumbis,os sobreviventes justificavam que aquele ato de estender os braços dava um certo alivio para a dor.Isso realmente aconteceu pois as pessoas que vivenciaram o ataque demonstraram o que aconteceu em desenhos como podemos ver acima,estes desenhos realmente existiram e estão arquivados para os estudos ainda existentes da radiação.


09- Formula 1 X Formula E
       

      Fórmula E, ou FIA Formula E Championship, é uma categoria de automobilismo organizada pela FIA com carros de monopostos movidos exclusivamente a energia elétrica, cuja primeira temporada começou no ano de 2014.
        Motores e diferenças:
MotorF1:V6 turbo-comprimidos de 1.6 litro. A meta das equipes é economizar 30% de combustível. Apesar da potência ter diminuído, o torque aumentou com o uso do turbo, o que deve trazer mais emoção e saídas de traseira. De qualquer forma, a F-1 terá um “novo” som: o ronco imponente dos V8 dará lugar ao ruído grave dos V6 acompanhado do silvo da turbina.
MotorFE:consegue atingir velocidade de uma 225km/h para carros eletricos,essas limitaçoes,a princípio,servem para garantir a segurança da competição em seu primeiro ano de acordo com a fia


10- Vocaloids e Origens


Vocaloids são programas de computador feitos para criar e sintetizar vozes.Com o tempo,estes programas foram ganhando espaço na midia,e conquistando os personagens de vocaloids que muitas vezes caracterizam o tipo da voz sintetizada,pode-se citar Gakupo,Megurine Luka,Kaito,Kamine Rin,Kagamine Len,e lendária Miku Hatsune.
Miku Hatsune é provavelmente (se não a mais) a vocaloid mais conhecida de todos os vocaloids,ela foi a primeira personagem criada pra um programa de vocaloid,com o objetivo de atingir o público ''otaku'' com sua aparência e modo de vestir similar a de uma personagem de anime colegial,no entanto,ela foi além,e como o próprio nome dela,ela é considerada a Voz do Futuro,ela foi criada por grandes empresas,mas sua imagem e tudo que ela é hoje foi exclusivamente criação dos seus fãs,esta personagem inexistente possui legiões de fãs que superam os fãs de bandas e artistas como One Direction,Justin Bieber,e etc.
Seu sucesso é tanto que a própria Lady Gaga pediu a participação da Miku em seus shows,entretanto,os fãs dela revoltados e sentindo-se insultados pois achavam que a a Lady Gaga deveria participar dos shows da Miku.




Trabalho de História: Descendencia Africana

Cavalcanti: a saga da maior família do Brasil

Como o casamento entre um nobre florentino e uma mameluca pernambucana deu origem ao poderoso clã dos Cavalcantis, a maior família do país

Milhares de turistas brasileiros que visitam Florença para conhecer sua famosa catedral ou admirar as obras da Renascença na Galeria Uffizi não costumam prestar atenção na placa de rua da Via Porta Rossa, uma pequena travessa da Via dei Calzaiuoli – essa, sim, conhecida, por causa de suas lojas, como a mais animada da cidade. Logo abaixo da placa de mármore da Via Porta Rossa, há outra menor, indicando que a rua já foi chamada de Via Cavalcanti, nome de uma tradicional família florentina cujos antepassados enriqueceram com o comércio e, entre os séculos 11 e 16, ocuparam postos importantes na cidade. Dentre os Cavalcantis de Florença, o que ficou mais conhecido foi o poeta Guido Cavalcanti, amigo de Dante Alighieri, que não apenas lhe dedicou um soneto como também citou a família na Divina Comédia (ainda que tenha colocado os Cavalcantis no inferno, assim como a maioria das famílias ricas de Florença). Após o século 16, contudo, o sobrenome Cavalcanti entrou em declínio na Europa e hoje é difícil encontrá-lo na cidade italiana. Em compensação, quando o jovem florentino Filippo Cavalcanti decidiu atravessar o Atlântico em algum momento da década de 1560 para operar engenhos de açúcar em Pernambuco, ele fundou, sem saber, aquela que hoje é considerada a maior família brasileira.


Maior família brasileira? Mas esse posto não deveria pertencer aos brasileiríssimos “Silva”? “Na verdade, o sobrenome Silva é mais numeroso, mas os Silvas são oriundos de famílias diferentes, enquanto os Cavalcantis descendem todos do mesmo ancestral”, afirma Carlos Barata, autor do Dicionário das Famílias Brasileiras e presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia.
Ele concluiu que a família Cavalcanti (ou Cavalcante, a variante aportuguesada) é a maior do país após pesquisar por mais de dez anos os descendentes das primeiras famílias a chegar ao Brasil. “Tomei como ponto de partida as famílias brasileiras no início da colonização e identifiquei o número de descendentes por volta do século 17”, diz o genealogista. “Nesse período, os descendentes de Filippo Cavalcanti já apareciam às centenas, numa expansão impressionante.” Mas, afinal, qual a origem de Filippo Cavalcanti e o que o teria feito trocar Florença, uma das cidades mais ricas do mundo, pela distante Pernambuco?
Se hoje os consumidores aguardam com ansiedade por um novo lançamento da Apple, no século 16 boa parte do mundo desejava os produtos importados por Florença. Centro artístico e financeiro do planeta, as casas de comércio da cidade tinham sucursais espalhadas pelas principais capitais europeias, de onde negociavam artigos de luxo, como tecidos caros, obras de arte de grandes artistas da Renascença.
E, especialmente, faziam empréstimos e outras transações financeiras que deram origem aos bancos modernos. Uma dessas casas florentinas que operam em Londres, a Bardi e Cavalcanti, era comandada pelo pai de Filippo, Giovanni Cavalcanti, e tinha como principal cliente o próprio rei da Inglaterra. Além de famoso pelos 6 casamentos, Henrique 8º era músico e poeta. Enfim, um monarca de gosto refinado e ávido por trazer à sua corte um pouco do esplendor artístico das cidades italianas. Para isso, contava com Giovanni, que mantinha correspondência com gente como Michelângelo e é citado pelo primeiro biógrafo dos artistas italianos, Giorgio Vasari, no livro As Vidas dos Artistas, pela encomenda de uma obra do pintor Rosso Fiorentino. Recentemente, o pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti, coautor do livro Os Cavalcantis: na Itália, no Brasil, encontrou num arquivo de Florença uma carta de Henrique 8º endereçada a Giovanni em solidariedade a um confisco de bens de que sua casa comercial fora alvo em Florença.
Mas, se a vida de Giovanni Cavalcanti é relativamente bem conhecida, as razões que trouxeram seu filho Filippo ao Brasil permanecem vagas. Sabe-se que em 1558 ele se encontrava em Lisboa quando pediu uma Certidão de Nobreza ao duque Cosimo de Medici, que respondeu atestando que os Cavalcantis em Florença “resplandecem com singular nobreza e luzimento”. Enfim, uma carta de recomendação importante em um tempo em que a linhagem familiar valia bem mais para o mundo dos negócios do que hoje vale um MBA de Harvard. Até agora, há duas hipóteses sobre a viagem do jovem Filippo ao Brasil – e não necessariamente excludentes. A primeira, clara, era o interesse no comércio de açúcar, que apesar da recente expansão de produção ainda era considerado um artigo de luxo na Europa. O historiador Sérgio Buarque de Holanda, após viver dois anos na Itália na década de 1950, ensinando na Universidade de Roma, escreveu um artigo sobre os projetos de colonização e comércio toscanos no Brasil durante o tempo do grão-duque Fernando I (1587-1609), mostrando como a costa brasileira já estava na mira dos italianos há tempos. Antes mesmo de o Nordeste se tornar uma potência mundial na produção do açúcar, o interesse comercial dos italianos nas técnicas de plantio, produção e refino fez com que muitos viajassem para as ilhas portuguesas no Atlântico, que serviram de modelo para a futura colonização do Nordeste. Assim como fariam mais tarde os holandeses, comerciantes de Gênova, Florença e Veneza eram especialistas na importação desses artigos do Novo Mundo para reexportá-los com boa margem de lucro para o resto da Europa.
Além do interesse no açúcar, outro motivo que pode ter trazido Filippo ao Brasil foi buscar refúgio das sanguinolentas disputas de poder em Florença, descritas pela primeira vez com realismo anos antes por Nicolau Maquiavel. No lugar de um poder central forte nas mãos de um monarca, a exemplo de outros nascentes Estados europeus, como Portugal, França e Espanha, o poder na instável República Florentina só era alcançado por meio de conchavos e arranjos políticos bancados pelas famílias mais ricas da cidade. Em meio a esse sistema de rodízio de mando, nem mesmo a toda-poderosa família Medici estava livre de golpes, conspirações e tentativas de assassinato, que ocorriam em qualquer lugar. Em 1478, por exemplo, o jovem Juliano de Medici foi assassinado em plena catedral de Florença, alvo de um atentado planejado pela família Pazzi – que também pretendia matar o irmão de Juliano, Lorenzo de Medici, que se salvou ao conseguiu se esconder na sacristia. Em 1559, ano em que Filippo Cavalcanti já estava em Lisboa, outra conspiração contra os Medicis, desta vez para assassinar o grão-duque Cosimo 1º, foi descoberta a tempo.
Conhecida como conspiração Pandolfo Pucci (pelo membro da família Pucci que tomou parte e foi condenado à morte), o planejamento teria contado com participantes de outras famílias, incluindo Bartolomeu Cavalcanti, parente de Filippo. “Ainda que Filippo Cavalcanti não tenha tido nenhuma ligação com o atentado, era prudente que permanecesse longe de Florença”, diz a historiadora Rosa Sampaio Torres, que estuda as ligações dos clã com os movimentos políticos da época. Segundo a historiadora, a trajetória republicana dos Cavalcantis em Florença teria influenciado os movimentos de inconformismo político que marcariam Pernambuco nos séculos seguintes, por exemplo.
Motivações políticas à parte, o fato é que, no Brasil, Filippo Cavalcanti tratou logo de arranjar uma noiva para se associar às famílias importantes da região. E a jovem Catarina de Albuquerque preenchia tais requisitos. Filha do português Jerônimo de Albuquerque (cunhado de Duarte Coelho, donatário de Pernambuco) com a índia Tabira, Catarina era uma legítima mameluca brasileira. Conta a história que sua mãe salvou Jerônimo de ser morto pelos tabajaras após o capitão português ser atingido em um dos olhos por uma flecha. Ao casar com a índia, Jerônimo selou a paz com os índios e batizou a esposa com o nome cristão de Maria do Espírito Santo Arcoverde. Com seu casamento, Filippo Cavalcanti não apenas ingressou na família dos donatários portugueses, como também definiu um dos padrões genéticos das famílias brasileiras, segundo pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais, pelas quais 90% dos brasileiros tinham genes europeus do lado paterno e 60%, genes ameríndios ou africanos por parte de mãe.
No total, Catarina e Filippo tiveram 11 filhos (foram 12, mas o primogênito morreu na infância). Um bom número de descendentes, mas não anormal para a época. O sogro de Filippo, Jerônimo de Albuquerque, teve 24 filhos, o que lhe valeu o apelido de Adão Pernambucano. Apesar de a prole de Jerônimo de Albuquerque ser maior do que a do genro, por algum motivo o sobrenome Cavalcanti aparece em maior quantidade nas gerações seguintes”, diz o genealogista Fábio Arruda de Lima, há mais de dez anos dedicado a pesquisar a origem dos sobrenomes de famílias nordestinas por meio dos engenhos da região. 
Para o genealogista Lima, o sobrenome pode ter se espalhado graças a um reforço feminino. “Muitas mulheres preservaram o sobrenome associado ao do marido, formando relações entre os Cavalcantis e outras famílias importantes, com ramos como Holanda Cavalcanti, Albuquerque Cavalcanti e Acioli Cavalcanti, por exemplo.”
Desde que Fillipo recebeu a doação em 1572 de uma sesmaria para montar o primeiro dos 3 engenhos que viria a ter em Pernambuco, os Cavalcantis se expandiram ligados à açucarocracia local, tendo seus engenhos mais tarde descritos nos relatórios da Companhia das Índias Ocidentais, durante o período da invasão holandesa no Nordeste (1630-1654). A tradição perdurou até o século 19, quando um dos ramos da família em Pernambuco passou a ocupar cargos no Império.
É o caso, por exemplo, dos Cavalcanti de Albuquerque, que por mais de uma vez foram presidentes de Pernambuco (o equivalente ao atual cargo de governador), ocuparam cadeiras na Câmara, no Senado e em ministérios importantes de dom Pedro 2º, como o da fazenda e da guerra, e receberam do imperador o título de visconde. De tanto poder, surgiu nesse período uma estrofe que circulava na região: “Quem nasceu em Pernambuco, há de estar desenganado: ou se é um Cavalcanti ou se é um cavalgado”. Quando, na virada do século 19 para o 20, as plantações de café no Sudeste sobrepujaram as de açúcar no Nordeste, os Cavalcantis já haviam se espalhado por todo o país. No momento em que a presença italiana atingiu o apogeu por aqui, quase mais ninguém associava os Cavalcantis ao florentino que, no século 16, saiu da Toscana para fundar engenhos em Pernambuco. Diferentemente dos recém-imigrados da Itália, os Cavalcantis já tinham mais de três séculos de presença no Brasil. Não é à toa que, mesmo quem não tem o sobrenome Cavalcanti pode ser descendente de Filippo. Alguns exemplos: o compositor Chico Buarque de Holanda (descendente dos Holanda Cavalcanti), o escritor Ariano Suassuna (Suassuna foi o nome de um engenho dos Cavalcantis) e o jurista Evandro Lins e Silva. Todos, por sua vez, são primos distantes de PC (Cavalcanti) Farias, do comediante Tom Cavalcante e de outros milhões que tornaram os Cavalcantis uma família brasileiríssima, com ou sem Silva.

O BRASÃO
O brasão original, florentino, era prateado com cruzetas vermelhas. No Brasil, o escudo foi incrementado com outros padrões, como o leão rampante, duas flores-de-lis (um símbolo da origem nobre da família), um elmo de prata com um hipogrifo – criatura lendária com corpo de égua e cabeça de águia.

O POETA
Guido (1255-1300), o mais famoso Cavalcanti florentino, foi amigo de Dante Alighieri, poeta e político célebre.